sexta-feira, 27 de março de 2009

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Que Absurdo!

Como posso acreditar tanto?

Eu acredito!

Em quê?

No absurdo.

terça-feira, 24 de março de 2009

É para lá que eu vou


Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto - é para lá que eu vou.
À ponta do lápis o traço.
Onde expira um pensamento está uma idéia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia - é para lá que eu vou.
Na ponta dos pés o salto.
Parece a história de alguém que foi e não voltou - é para lá que eu vou.
Ou não vou? Vou, sim. E volto para ver como estão as coisas. Se continuam mágicas. Realidade? eu vos espero. E para lá que eu vou.
Na ponta da palavra está a palavra. Quero usar a palavra "tertúlia" e não sei aonde e quando. À beira da tertúlia está a família. À beira da família estou eu. À beira de eu estou mim. É para mim que eu vou. E de mim saio para ver. Ver o quê? ver o que existe. Depois de morta é para a realidade que vou. Por enquanto é sonho. Sonho fatídico. Mas depois - depois tudo é real. E a alma livre procura um canto para se acomodar. Mim é um eu que anuncio.
Não sei sobre o que estou falando. Estou falando de nada. Eu sou nada. Depois de morta engrandecerei e me espalharei, e alguém dirá com amor meu nome.
É para o meu pobre nome que vou.
E de lá volto para chamar o nome do ser amado e dos filhos. Eles me responderão. Enfim terei uma resposta. Que resposta? a do amor. Amor: eu vos amo tanto. Eu amo o amor. O amor é vermelho. O ciúme é verde. Meus olhos são verdes. Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros. Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber.
À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo.
Eu à beira do vento. O morro dos ventos uivantes me chama. Vou, bruxa que sou. E me transmuto.
Oh, cachorro, cadê tua alma? está à beira de teu corpo? Eu estou à beira de meu corpo. E feneço lentamente.
Que estou eu a dizer? Estou dizendo amor. E à beira do amor estamos nós.



Clarice Lispector

domingo, 22 de março de 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

Os 6

Indicada pela Ruth, resolvi participar da "bricadeira".
É o seguinte, falo seis coisas sobre mim e indico mais pessoas para que também façam. Mas vou cumprir só metade da missão. Não indicarei ninguém, mas se alguém por ventura veja essa postagem e queira participar sinta-se convidado(a).

E aqui vão meus traumas de infância:


#1_ Quando eu era pequena via gnomos nos cantos do telhado. Eu não consigo lembrar muito bem disso, mas sei que os via e não tinha medo.

#2_ Eu odiava música alta. Tanto, tanto que me dava vontade de chorar.

#3_ Falando nisso, eu ficava c/ vontade de chorar quando não sabia uma questão da prova. E a primeira vez que eu fiquei de prova final adoeci, fiquei c/ febre e até tive delírios.

#4_ Uma vez eu voltei da escola p/ casa contando quantas pegadas daria. Nem lembro quantas deu, a intenção nem era essa, eu só queria demorar p/ chegar em casa. Enfim...

#5_ Outra vez eu peguei uma caixa bem grande (de geladeira) e fiz uma casinha super legal p/ mim, com portinha, janelinhas, etc, e até pintei as paredes c/ giz de cera, mas minha irmã fez eu dar p/ ela... =/ Eu dei (fui ameaçada). E ela nem lembra. =P

#6_ Eu já morei com um tio (Napoleão). Não que isso tenha sido ruim, foi muito importante. Ruim foram os motivos que me levaram a morar lá.


FIM DE PAPO